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O soco do prefeito do Rio de Janeiro

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Brasil Progresso – O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, desferiu um soco no rosto do cantor Bernardo Botikay. A ação do prefeito foi por palavreados do cantor.

 Entre várias justificativas, de ambos, não podemos esquecer que o ser humano, civilizado, é a máxima condição da educação sobre os instintos, sobre o troglodita. Entre calorosas análises jurídicas de proporcionalidade ao ataque do prefeito, de sua condição de agente político e veracidade dos fatos pela supremacia dos atos administrativos (o soco é um ato administrativo, pois foi criado pela ação do agente público político, o Eduardo Paes), não podemos esquecer que ambos erraram.

 

Mas qual a lição que podemos obter de tal evento? Se ações passam a ser pela materialização de atos violentos é de se pensar que os pilares da civilidade humana estão comprometidos. As agressões são justificadas em última instância, isto é, quando a vida de qualquer pessoa está em perigo concreto, imediato. Mesmo assim há a certeza de que a vida ainda tem os ares dos Australopitecos, e não do Homo Sapiens.

Numa sociedade civilizada, democrática, o único meio de se reportar insatisfação é pelos meios legais criados pela Lei. Ação popular, denúncia ao Ministério Público. Por sua vez, os gestores públicos devem consultar, sempre que possível, opiniões de seus eleitores, os detentores de direitos consubstanciados na Constituição Federal de 1988. Plebiscitos e referendos deveriam sempre serem feitos ao povo brasileiro como forma de dimensionar a insatisfação ou satisfação do povo, aceitação ou não de alguma lei.

Mesmo assim deveria ser opcional a votação, assim como deve ser o voto nas eleições em geral, pois Democracia é liberdade de escolha. Em democracias consolidadas o voto é opcional, e mesmo assim há filas e filas para poder votar. Mas para isso acontecer o povo brasileiro precisa ser educado, politicamente.

 

Dois seres humanos, ambos cidadãos brasileiros. Agora imaginem no trânsito. Não, não seria diferente, pois personalidade acompanha o ser humano sempre, em qualquer lugar. Trânsito Escola sempre argumentou que o trânsito terrestre faz parte de um dos seguimentos da sociedade brasileira. O que se faz no trânsito também se faz fora dele. Não é por que se sai de dentro de um automotor, ou sai da via pública, que o cidadão mudará, de troglodita para civilizado.

Há, no Brasil, comportamentos que chocam nações, não as nações em lutas bélicas, quanto aos comportamentos praticados em solo brasileiro. Não é dizer que o Brasil é o pior do mundo, mas pelas condições, as potencialidades que o Brasil possui, é inadmissível pensar que, cada vez mais, o Brasil se afunda em atos bárbaros, cruéis. Atos cruéis que acontecem nas escolas, nos lares, nas ruas, nas ações nefastas dos ímprobos administradores públicos e dos agentes públicos em geral.

O Brasil possui potencialidades minerais, solos férteis, água doce em abundância, enfim riquezas que muitos países não possuem. Dos países colonizados, o Brasil sempre demonstrou que tem muita riqueza para dar e vender.Os caos na nação são devidos por imaturos cidadãos, que possuem conhecimentos sobre seus direitos, mas não conhecem, ou se fazem de ignorantes, quanto aos seus deveres; seja agente público ou não.

A Lei de Gérson é a expressão máxima em nosso país. Podemos escutar impropérios contra os gestores públicos que causam caos às populações, ao povo. Mas quem não causa? Qual cidadão não causa?

E podemos ver, diariamente, atos de soberba, descaso, imposição de força física, ou motorizada. Estacionamentos sobre calçadas, paradas sobre faixas de travessia de pedestres, estacionamentos em vagas destinadas aos deficientes físicos e idosos, pagamento de propina aos guarda de trânsito para se livrar de multa de trânsito, as investidas perigosas dos motoristas de vans e ônibus para conseguirem passageiros, os inúmeros casos de fraudes nos processos de habilitação.

Sim, tudo acima representa o estado de agressão à nação, aos semelhantes. São atos cotidianos que lesam as instituições democráticas, o Estado de Direito, os fundamentos da pessoa humana, a Democracia. Silenciosamente, e sem vítimas, imediatas, cada brasileiro contribui para as tragédias na vias terrestres, nos lares, em quaisquer locais.

A força política que cada qual possui não é colocada na prática por que causa cansaço, nada se resolve. Assim, o Brasil – os brasileiros – caminham sem rumo, sem perspectivas, sem esperanças. Esperam que algo venha ao socorro dos enfermos, das mães que perdem seus filhos por erros médicos, dos maridos que perdem suas mulheres por negligência de cirurgiões plásticos (estéticos), das mortes nos hospitais por falta, precariedade de condições de internação, tratamento eficiente. São tantas as agressões que passou a ser normal agredir como forma de se obter resultado, solução para os problemas cotidianos.

Não, não espere acontecer mudança enquanto houver indolência política. As transformações, primeiramente, têm que ser de dentro para fora, a começar pelo repúdio a qualquer forma de corrupção, vantagens que mitigam o Estado Democrático de Direito. As ações de civilidade jamais podem ser destronadas em favor de agressões. O homem sensato age politicamente. Agir politicamente não é ser demagogo, não é ser brando de forma a perdoar ou permitir que ações deturpadoras dos direitos fundamentais da pessoa humana venham a se perpetuarem. Antes de agir ao vasto mundo exterior há necessidade de agir internamente e, agir assim, é respeitar às pequenas leis, pois mais sólidas serão estas a darem condições às demais leis, de não serem distorcidas de suas finalidades, forma, objeto.

O agir externamente é a ação de agir pela força das palavras e ações capazes de mudar o todo, e não uma parte do todo. Mas não só um a agir, todos devem agir. Agir da mesma forma como se vê em dias de disputa futebolístico. Vozes ecoam, vozes impulsionam, vozes reclamam, vozes cobram ações. Assim devem ser os brasileiros: vozes políticas.


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